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PENSAMENTO LATERAL 2/3


FERRAMENTAS E TÉCNICAS DO PENSAMENTO LATERAL




Método dos Seis Chapéus é simples, mas sua simplicidade é PODEROSA.

  1. Como você consegue tempo para o pensamento criativo?
  2. Como pede a alguém que faça um esforço criativo?
  3. Como impede que alguém seja persistentemente negativo?
  4. Como encoraja as pessoas a ver os benefícios de uma ideia?
  5. Como expressa sua intuição e sua percepção instintiva em uma reunião séria?
LINK: Acesso a postagem do resumo  MÉTODO DOS SEIS CHAPÉUS

AO INVÉS DE DEBATER, o método permite que nos afastemos do debate para conseguir discussões mais produtivas. Os protagonistas de um debate acabam mais interessados em vencer do que explorar o assunto discutido. Com os Seis Chapéus os participantes podem usar a mesma cor do chapéu e ao invés do pensamento adversário, há um exploração cooperativa. Finalmente existe uma maneira de se libertar do tradicional sistema do debate.

EGO E DESEMPENHO, estão muito unidos pois geralmente uma pessoa que não gosta de uma ideia não faz nenhum esforço para achar pontos a seu favo. No método o EGO é separado do DESEMPENHO. Uma pessoa que não gosta de uma ideia fará, sob o chapéu amarelo, um esforço para achar alguns benefícios. Uma pessoa que é entusiástica a respeito de uma ideia será solicitada, sob o chapéu preto, a examinar as dificuldades. Com os chapéus, é frequente o pensador surgir com discernimentos que mudam sua opinião a respeito do assunto.

NEGATIVIDADE PERSISTENTE, é parte presente das pessoas que por serem cautelosas por natureza querem sempre colocar os riscos possíveis. Se uma pessoa está sendo negativa, você diz: " Esse é um bom pensamento de chapéu preto; vamos explorá-lo". E depois a pessoa troca de cor de chapéu para se dedicar no objetivo estabelecido.

ESPAÇO PARA PENSAMENTO POSITIVO E CRIATIVO, pode ser reforçado pensando o método como um JOGO, pois se todos estiverem trabalhando com chapéu amarelo, a pessoa que surgir com um comentário de chapéu preto se sentirá deslocada. Não é natural conceder tempo à criatividade mas uma vez que façamos o esforço deliberado, este pode ser recompensado. O fluxo natural de pensamento e discussão não dá tempo suficiente para o esforço criativo (a menos que uma ideia ocorra imediatamente) e também para um esforço positivo. 

O uso OCASIONAL é a grande virtude do Método dos Seis Chapéus pois é possível mudar de modo de pensar imediatamente e sem ofensas. Se disser a alguém para deixar de ser 'tão negativo', é provável que ele se ofenda. Mas se pedir que 'experimente o chapéu verde', não haverá ofensa.
Antes do uso do chapéu há uma discussão normal e, depois do uso, a discussão volta. Um único chapéu é usado como maneira conveniente de mudar de modo de pensar; pode ser pedido para uma pessoa usar ou tirar determinado chapéu; poder anunciar que está colocando ou trocando de chapéu ou até pedir que todo o grupo use determinado chapéu.

USO SISTEMÁTICO, só será utilizado caso o grupo ou indivíduo queira explorar rapidamente um assunto, pois pode ser feito uma sequência formal dos chapéus com dedicação de 4 minutos a cada um. Há algumas diretrizes formais que podem ajudar a selecionar a sequência: é útil usar o preto mais perto do fim, para buscar dificuldades e riscos e analisar a viabilidade da ideia, e que deve ser seguido pelo vermelho, o qual permite a tentativa de descobrir uma maneira de fazê-la funcionar. Para finalidades práticas, é suficiente concordar a respeito de uma sequência que pareça sensata e utilizá-la.

 PAUSA CRIATIVA



O cérebro trabalha para tornar a vida fácil, transformando as coisas em rotina. Formamos padrões de pensamento e comportamento e passamos a usá-los. Atitudes criativas e motivação podem ser construídas por exortação, elogios, exemplos e/ou inspiração. Mas também podem ser estabelecidas através de técnicas simples como: A PAUSA CRIATIVA.

A PAUSA CRIATIVA precisa se tornar um hábito mental para todos aqueles que querem ser criativos. A pausa criativa é uma interrupção no fluxo regular da rotina para prestar atenção deliberada a um certo ponto, mas é preciso de muita disciplina para interromper o fluxo suave do pensamento para fazer uma pausa criativa. 

O QUE VEM PRIMEIRO: paramos para uma pausa criativa porque estamos motivados para ser criativos ou nos tornamos motivados para ser criativos porque desenvolvemos o hábito deliberado da pausa criativa? A resposta é que pode funcionar nos dois sentidos, mas é preciso que haja uma motivação inicial, caso contrário, uma pessoa nunca se dará ao trabalho de desenvolver o hábito.

A PAUSA CRIATIVA É UM PROCESSO DELIBERADO. VOCÊ FAZ UMA PAUSA PORQUE QUER, PARA FAZER UM ESFORÇO CRIATIVO. VOCÊ TEM INTENÇÃO DE SER CRIATIVO. 

  • Por que fazer uma pausa?
  • Por que interromper as coisas?
  • Por que desperdiçar seu tempo em um esforço que provavelmente será inútil?
A resposta as todas essas perguntas está na apreciação da natureza de 'investimento' da criatividade. À medida em que continuar a investir em esforço criativo, as recompensas começarão a fluir. Se não fizer nenhum esforço sério, será improvável que consiga novas ideias assim como se não gastar tempo com jardinagem, jamais terá um jardim.

A PAUSA NÃO DEVE SER LONGA. Nem deve quebrar a cabeça num esforço determinado para ter uma nova ideia. Pausa para pensar, se perguntar e seguir em frente. Pode retornar mais tarde, ou seja, não há pressão para obter um resultado instantâneo. As pausas devem ser quase casuais. É quase como dizer "Isto é "interessante"  e seguir em frente.

Grande parte de nosso pensamento é reativa: responder a solicitações, resolver problemas, superar dificuldades. Não damos tarefas adicionais de pensamento. A pausa criativa é um importante hábito pró-ativo de pensamento e é um forma para transformar a atenção criativa em um hábito. É importante compreender que é um procedimento simples e jamais deve ser transformada em um desafio pesado ou uma tarefa difícil.

FOCO


Algumas pessoas criativas pretendem não acreditar em foco e querem apenas espalhar ideias à medida em que elas ocorrem. A pausa criativa e o foco simples não são a mesma coisa, mas se sobrepõem:
  • Pausa criativa: é a disposição para fazer uma parada enquanto se pensa ou discute, para prestar atenção criativa em algo.
  • Foco: é um esforço deliberado para escolher um novo ponto de foco.
Exemplos: 
Você está bebendo água no copo e focaliza somente a borda, poderia ter uma forma diferente ou poderia ser destacável para fins higiênicos? 
Ao entrar na fila do check-in  no aeroporto, você focaliza a espera, poderia aproveitar o tempo para informação ou entretenimento?

Você pode modificar algo para atender melhor às necessidades. Um inventor desenvolveu o limpador de para-brisas de velocidade variável e ganhou milhões com isso.

Uma vez feito um foco simples, ele pode ser tratado de várias maneiras:
  1. Uma anotação do ponto de foco para futura atenção. Uma lista de possíveis pontos de foco faz parte da aplicação do pensamento criativo.
  2. Uma tentativa preliminar de gerar algumas alternativas e ideias. É um pré-teste pois o quando surgir as ideias o assunto pode ser pesquisado mais seriamente.
  3. Um esforço sério para gerar ideias na área de foco definida. Esta tentativa séria deve utilizar as técnicas formais do Pensamento Lateral.
Um bom foco com um pouco de habilidade criativa é provavelmente melhor que um mau foco com grande habilidade criativa. Assim, a importância do foco não deve ser esquecida - especialmente porque é relativamente fácil desenvolver o hábito de usá-lo.

"Creio que a dificuldade é que, em sua maioria, as pessoas foram treinadas para 'reagir' a problemas e dificuldades. Os problemas aparecem e então há a reação. Mas quando não há nenhum, não há a busca. "

Entre outras razões, termos FOCO nos permite pensar criativamente a respeito de qualquer coisa sem haver nenhum problema ou dificuldade. Apenas opta por pensar criativamente em uma área definida. Outra razão é que a definição de uma finalidade ou objetivo pode prefixar o tipo de ideia que poderemos ter. Também podemos definir o FOCO CRIATIVO como sendo uma tentativa para obter um melhoramento em uma direção definida, pois quando se tem uma tarefa, não se trata de remover um problema mas sim de atingir um ponto desejado. 

OPORTUNIDADE

Existe um senso de potencial e oportunidade. As OPORTUNIDADES podem ser facilmente tomadas como foco, por exemplo:
Há um excesso de uvas na Bulgária este ano; a tarefa é encontrar um parceiro na Hungria; é preciso ideias a esse respeito. 

Há também os MÚLTIPLOS FOCOS pois quando dividimos um foco amplo em vários focos menores, é possível seguir as linhas gerais de análise sem a necessidade de seguir as suas divisões estritas. Por exemplo:
NOVAS IDEIAS PARA O TRANSPORTE POR ÔNIBUS: equipamento, controle de tráfego, horários, mercado, problemas de pico, treinamento de motoristas, configurações dos ônibus etc...


REFORMULANDO O FOCO

Qualquer pessoa envolvida em ensino conhece a importância de se escolher cuidadosamente as palavras. Uma escolha de palavras pode encorajar o pensamento em uma direção e uma escolha ligeiramente diferente pode conduzir a uma direção de pensamento muito diferente. Não se trata de definições alternativas, mas sim do uso de palavras alternativas. O tempo gasto na escolha cuidadosa de palavras é bem gasto.

Algumas vezes é certamente necessário e útil alargar a definição do foco e ir na direção do 'problema subjacente'. Este é um hábito muito útil. Recusar sistematicamente enfrentar o problema imediato, em nome problemas mais profundos, não faz sentido. É preciso ser capaz de fazer ambos: buscar o problema subjacente, mas também lidar com o foco como ele se apresenta.

DESAFIO

O desafio criativo não critica. julga ou encontra defeitos. Ele opera fora do julgamento. Se uma coisa está boa, por que buscar uma maneira melhor de fazê-la? Este tipo de culpa faz parte da orientação negativa do pensamento ocidental que só encontra justificativas para buscar uma ideia diferente se algo estiver inadequado.

O DESAFIO CRIATIVO NÃO É UMA CRÍTICA. Primeiro: se o desafio fosse uma crítica, só poderíamos desafiar aquilo que estivesse inadequado. Segundo: se não pudermos provar a inadequação de forma convincente então seremos incapazes de sugerir a busca de outras ideias. Terceiro: o ataque provoca a defesa, isso desperdiça um tempo desnecessário em atacar e defender além da polarização entre aqueles que defendem e atacam. 

A sequência criativa é reconhecer o existente, buscar alternativas possíveis e compará-las com o atual. O desafio criativo simplesmente se recusa a aceitar que a maneira corrente seja necessariamente a melhor. Uma vez feito o desafio criativo passamos à etapa seguinte que é a busca de maneiras alternativas de se fazer as coisas.

  1. BLOQUEAR - se bloquearmos o caminho, estrada ou maneira corrente de fazer as coisas, seremos forçados a achar uma alternativa. Como devemos fazê-la? Fazemos uma busca de alternativas diretas. 
  2. ESCAPAR - se escaparmos de uma ideia dominante ou da necessidade de satisfazer uma condição, então nossas mentes estarão livres para considerar outras possibilidades. Menos busca consciente de alternativas, mais de escapar do método existente.
  3. ABANDONAR - em alguns casos, desafiamos e constatamos que realmente não precisamos fazê-la. Outras o método pode ser simplesmente abandonado ou um ligeiro ajuste pode remover a necessidade da operação.

Não faz sentido simplesmente desafiar ideias quando o conceito fundamental por trás delas precisa ser desafiado. Ao mesmo tempo, é errado assumir que o conceito subjacente precisa mudar somente porque a maneira pela qual ele é levado a efeito precisa ser desafiada. 

"|Na Inglaterra, a introdução do pedágio nas rodovias foi uma das causas da queda de Margaret Thatcher. O conceito de pedágio estava errado, ou foi a maneira pela qual ele foi levado a efeito?|"

DESAFIANDO OS FATORES CONDICIONANTES

Perguntas frequentes:
  • que conceito está dominando nosso pensamento?
  • qual é o conceito subjacente que controla nosso pensamento?
  • quais são as hipóteses de fundo?
  • o que estamos supondo?
  • quais são os limites para nosso pensamento?
  • contra quais limites lutamos?
  • quais são os fatores essenciais?
  • por que sempre temos de incluir esses fatores?
  • que coisas estamos tentando evitar?
  • quais são as coisas que não queremos?
  • quais são as polarizações?
  • quais são as abordagens oferecidas?
Em todos os casos de desafio a um fator condicionante de nosso pensamento, o processo tem duas etapas.
  1. Estar consciente e dizer quais parecem ser os fatores condicionantes.
  2. Desafiar esses fatores - mesmo que pareçam eminentemente sensatos e plenamente justificados. 

ALTERNATIVAS



A busca de alternativas é a mais básica de todas as operações criativas.


Você não busca alternativas. Em outras palavras, é extremamente difícil parar para buscar alternativas quando não se precisa delas. A cultura ocidental de pensamento insiste que demonstremos a existência de inadequação ou falhas antes de ter o direito de buscar alternativas. A cultura japonesa não conhece o termo argumentação, eles são capazes de buscar alternativas a qualquer momento que desejam, sem ter que demonstrar deficiência em nada. Quando encontradas alternativas, são comparadas e caso não apresentem nenhuma vantagem, não são usadas.

DESCOBRIR MAIS ALTERNATIVAS

Quando algumas alternativas são dadas ou estão disponíveis, por que devemos nos esforçar para descobrir mais alternativas?

"Você é convidado a descobrir uma marca oculta em uma folha de papel. Sensatamente, divide a folha em A e B. Pergunta se está na A. Se não estiver, certamente estará na B. Não há outras possibilidades. Então divide B em C e D e assim por diante. A descoberta da marca será porque em todos os momentos cobriu todas as alternativas."

Esse exemplo simples é muito perigoso, pois leva as pessoas a crerem que o mesmo procedimento pode ser usado em situações da vida real. Na ciência estamos sempre buscando outras alternativas de explicação sem importar o quanto uma hipótese possa parecer perfeita, devemos buscar explicações adicionais. O processo não tem fim. O projeto que sugere que façamos um esforço para criar novas alternativas é limitado e a ideia perfeita de nada serve se chegar tarde demais.

O elemento essencial é o de praticidade como colocar as alternativas em forma de lista. Você pode decidir gastar apenas um minuto considerando a possibilidade de outras alternativas. Você precisa ser capaz de gerar alternativas e também de escolher entre elas. Praticidade e discernimento.

"Em todos os casos, faz sentido esforçar-se para encontrar alternativas antes de criá-las. Fique no mínimo ciente das alternativas existentes possíveis antes de partir para elaborar novas. Depois de ciente das maneiras padrão, faz sentido procurar ideias mais criativas."


O LEQUE CONCEITUAL


Ao montar um leque conceitual, espera-se que comece pela 'finalidade' e trabalhe de trás para diante. Em cada ponto é perguntado: "Como chego a este ponto?" Assim, é trabalhado das direções para os conceitos, para terminar com todo um conjunto de ideias alternativas - que é o ponto do exercício.

Infelizmente, o cérebro não gosta de se comportar dessa maneira ordenada. Portanto, independente do ponto de partida você irá gradualmente montando um leque conceitual. O leque conceitual é o LEQUE DAS REALIZAÇÕES. Ele se preocupa em como chegar lá. Não se trata de uma árvore analítica, a ênfase está na ação, não na descrição ou na análise.


A finalidade do leque conceitual é de prover uma estrutura para a geração de ideias alternativas e também pode prover novos pontos focais. Por exemplo, você pode pensar em um conceito mas ainda não ter uma ideia para colocá-lo em ação. O conceito passa a ser um ponto focal criativo e a seguir procuramos encontrar maneiras de executá-lo. Deve ficar claro que há uma grande diferença entre propor alternativas porque elas já tem algum valor e propor alternativas para 'ver que efeito elas tem'.



AVALIAÇÃO

De modo geral, a avaliação se dá ao longo de quatro linhas:

EXEQUÍVEL: A ideia funciona de fato? Ela pode ser posta para funcionar?
BENEFÍCIOS: Quais são os benefícios? Eles são grandes? De onde vem? Qual é sua duração? Sem uma forte demonstração na área de 'benefícios', uma ideia não tem valor imediato.
RECURSOS: Há recursos disponíveis para a implementação da ideia? Os recursos podem incluir tempo, dinheiro, pessoas, tecnologia, mecanismos e motivação. Uma ideia pode ser exequível em si, mas os recursos podem não estar disponíveis para fazê-la funcionar.
ADEQUAÇÃO: A ideia se encaixa nas necessidades de quem deverá implementá-la? O conceito de adequação inclui estratégia, política, personalidades, agendas e assim por diante.